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quinta-feira, 18 de março de 2010

Descobrimento do Brasil, E Brasilia

Introdução

Em 22 de abril de 1500 chegava ao Brasil 13 caravelas portuguesas lideradas por Pedro Álvares Cabral. A primeira vista, eles acreditavam tratar-se de um grande monte, e chamaram-no de Monte Pascoal. No dia 26 de abril, foi celebrada a primeira missa no Brasil.

Após deixarem o local em direção à Índia, Cabral, na incerteza se a terra descoberta tratava-se de um continente ou de uma grande ilha, alterou o nome para Ilha de Vera Cruz. Após exploração realizada por outras expedições portuguesas, foi descoberto tratar-se realmente de um continente, e novamente o nome foi alterado. A nova terra passou a ser chamada de Terra de Santa Cruz. Somente depois da descoberta do pau-brasil, ocorrida no ano de 1511, nosso país passou a ser chamado pelo nome que conhecemos hoje: Brasil.

descobrimento do Brasil
Descobrimento do Brasil, Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo, 1887. Acervo do Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro

O descobrimento do Brasil ocorreu no período das grandes navegações, quando Portugal e Espanha exploravam o oceano em busca de novas terras. Poucos anos antes da descoberta do Brasil, em 1492, Cristóvão Colombo, navegando pela Espanha, chegou a América, fato que ampliou as expectativas dos exploradores. Diante do fato de ambos terem as mesmas ambições e com objetivo de evitar guerras pela posse das terras, Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Tordesilhas, em 1494. De acordo com este acordo, Portugal ficou com as terras recém descobertas que estavam a leste da linha imaginária ( 200 milhas a oeste das ilhas de Cabo Verde), enquanto a Espanha ficou com as terras a oeste desta linha.

Mesmo com a descoberta das terras brasileiras, Portugal continuava empenhado no comércio com as Índias, pois as especiarias (cravo, canela, gengibre, pimenta, noz moscada, açafrão) que os portugueses encontravam lá eram de grande valia para sua comercialização na Europa. As especiarias comercializadas eram: cravo, pimenta, canela, noz moscada, gengibre, porcelanas orientais, seda, etc. Enquanto realizava este lucrativo comércio, Portugal realizava no Brasil o extrativismo do pau-brasil, explorando da Mata Atlântica toneladas da valiosa madeira, cuja tinta vermelha era comercializada na Europa. Neste caso foi utilizado o escambo, ou seja, os indígenas recebiam dos portugueses algumas bugigangas (apitos, espelhos e chocalhos) e davam em troca o trabalho no corte e carregamento das toras de madeira até as caravelas.

História do Brasil Colônia, a história do descobrimento do Brasil, os primeiros contatos
entre portugueses e índios, o escambo, a exploração do pau-brasil

Em 22 de abril de 1500 chegava ao Brasil 13 caravelas portuguesas lideradas por Pedro Álvares Cabral. A primeira vista, eles acreditavam tratar-se de um grande monte, e chamaram-no de Monte Pascoal. No dia 26 de abril, foi celebrada a primeira missa no Brasil.

Após deixarem o local em direção à Índia, Cabral, na incerteza se a terra descoberta tratava-se de um continente ou de uma grande ilha, alterou o nome para Ilha de Vera Cruz. Após exploração realizada por outras expedições portuguesas, foi descoberto tratar-se realmente de um continente, e novamente o nome foi alterado. A nova terra passou a ser chamada de Terra de Santa Cruz. Somente depois da descoberta do pau-brasil, ocorrida no ano de 1511, nosso país passou a ser chamado pelo nome que conhecemos hoje: Brasil.

A descoberta do Brasil ocorreu no período das grandes navegações, quando Portugal e Espanha exploravam o oceano em busca de novas terras. Poucos anos antes da descoberta do Brasil, em 1492, Cristóvão Colombo, navegando pela Espanha, chegou a América, fato que ampliou as expectativas dos exploradores. Diante do fato de ambos terem as mesmas ambições e com objetivo de evitar guerras pela posse das terras, Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Tordesilhas, em 1494. De acordo com este acordo, Portugal ficou com as terras recém descobertas que estavam a leste da linha imaginária ( 200 milhas a oeste das ilhas de Cabo Verde), enquanto a Espanha ficou com as terras a oeste desta linha.

Mesmo com a descoberta das terras brasileiras, Portugal continuava empenhado no comércio com as Índias, pois as especiarias que os portugueses encontravam lá eram de grande valia para sua comercialização na Europa. As especiarias comercializadas eram: cravo, pimenta, canela, noz moscada, gengibre, porcelanas orientais, seda, etc. Enquanto realizava este lucrativo comércio, Portugal realizava no Brasil o extrativismo do pau-brasil, explorando da Mata Atlântica toneladas da valiosa madeira, cuja tinta vermelha era comercializada na Europa. Neste caso foi utilizado o escambo, ou seja, os indígenas recebiam dos portugueses algumas bugigangas (apitos, espelhos e chocalhos) e davam em troca o trabalho no corte e carregamento das toras de madeira até as caravelas.

Foi somente a partir de 1530, com a expedição organizada por Martin Afonso de Souza, que a coroa portuguesa começou a interessar-se pela colonização da nova terra. Isso ocorreu, pois havia um grande receio dos portugueses em perderem as novas terras para invasores que haviam ficado de fora do tratado de Tordesilhas, como, por exemplo, franceses, holandeses e ingleses. Navegadores e piratas destes povos, estavam praticando a retirada ilegal de madeira de nossas matas. A colonização seria uma das formas de ocupar e proteger o território. Para tanto, os portugueses começaram a fazer experiências com o plantio da cana-de-açúcar, visando um promissor comércio desta mercadoria na Europa(OBS:

Motivos das Navegações Portuguesas

Portugal logo percebeu que o seu futuro não estava no comércio terrestre, obstruído pela Espanha - em luta contra os árabes e governada por um inimigo, o Mediter- râneo se achava inteiramente dominado pêlos italianos (venezianos e genoveses), que monopolizam o comércio das especiarias com os árabes, ampliando sempre mais suas rotas marítimas e terrestres, na distribuição dos produtos orientais. Os portos lusitanos, entre os quais Sagres, Lisboa e Porto, simplesmente tornava-se escala importantes das expedições marítimas quer realizam o tráfico das especiarias orientais entre o Mediterrâneo e o Norte da Europa.


Para Portugal só restavam os caminhos do mar. Somente vencendo a barreira do Atlântico poderia expandir seu comércio.
A saída natural para o avanço do comércio marítimo lusitano seria a exploração da Costa Africana mais próxima, onde se encontravam algumas cidades árabes de importância comercial, entre as quais sobressai a cidade de Ceuta, cidade do norte africano, em frente a Gibraltar, seria o primeiro trampolim: abriria aos portugueses as portas do Mediterrâneo.
Em 1415, Ceuta foi vencida, Tânger, Arzila e Alcácer, novas conquistas portuguesa no litoral africano. Sua importância comercial era o marfim, ouro e escravo. Mas a África era apenas o começo. A verdadeira riqueza estava nas Índias, de onde vinham, além de ri-cas sedas e brocados, as especiarias: pimenta, canela, cravo, gengibre, noz-moscada, essenciais para o sabor e conservação dos alimentos. Tudo isso rendia um bom dinheiro aos mercadores árabes que as forneciam e às cidades italianas que as negociavam com o resto da Europa.


Em 1453, os turcos penetram na Europa, tomam Constantinopla, e avançam até Alexandria e bloqueiam todo o comércio das especiarias, com o rompimento das linhas de abastecimento, surgi a crise no mercado europeu. Impõe-se, com urgência descobrir um novo caminho para o Oriente.
Para dominar esse rico mercado das especiarias e eliminar os intermediários muçulmanos, passa a ser o grande alvo da expansão marítima portuguesa. E o jeito era descobrir um caminho direto para chegar as Índias.),.A PARTIDA

São aproximadamente 1500 homens, entre mercadores, pilotos, oficiais maiores, carpinteiros, caldeireiros, ferreiros, torneiros, soldados e técnicos em navegação.
As caravelas tinham dois ou , mais freqüentemente, três mastros, com popa alta de dois pavimentos, eram ligeiras e facilmente manobráveis. Cada uma transportava perto de 120 homens e, apesar de não serem navios de guerra, possuíam poderosos canhões. Mas a frota compunha-se também de naus mais possantes e maiores, sólidas, preferidas para o transporte de mercadorias.
Eram ao todo treze navios, naus e caravelas, capazes de navegar com vento muito fraco. Sua capacidade variava entre 50 a 100 toneladas, e sua velocidade média aproximava-se dos 13 quilômetros horários. Costeavam praias perigosas e, quando bem dirigidos, podiam até navegar contra o vento.
No comando das treze embarcações, que compõem a esquadra estão alguns dos mais ilustres navegadores do reino:

NAU/CARAVELA

DESIGNAÇÃO

COMANDANTE

01

Nau Capitânia desconhecida Pedro Alvares Cabral

02

Nau Sota-Capitânia El-Rei Sancho Tovar

03

Nau desconhecida Simão de Miranda de Azevedo

04

Nau desconhecida Aires Gomes da Silva

05

Nau desconhecida Vasco de Ataíde

06

Nau Anunciada Nuno Leitão da Cunha

07

Nau desconhecida Simão de Pina

08

Nau desconhecida Luis Pires

09

Nau desconhecida Nicolau Coelho

10

Caravela desconhecida Bartolomeu Dias

11

Caravela desconhecida Diogo Dias

12

Caravela S. Pedro Pêro de Ataíde

13

Naveta de antimentos desconhecida Gaspar de Lemos
Afonso Lopes Piloto
João de Sá O escrivão, físico, o mestre João, médico e cirurgião do rei.
Pero Vaz de Caminha Escrivão da feitoria que se ia fazer em Calicute.
Frei Henrique Soares de Coimbra Chefiava os frades franciscanos.
Pero de Escobar Piloto, foi com Vasco da Gama na sua primeira viagem à Ásia.
Aires Correia seria o feitor de Calicute.

" Assim chega a noite de 22 de abril de 1500. Os marinheiros recolhem velas e baixam âncoras. Os navios vão esperar o dia para se aproximar da costa. Na proa do seu barco, um homem não tira os olhos da terra que a noite vai apagando. É Pedro Alvares Cabral a contemplar a terra que descobrira. Brasil."

E' Vinte e três de abril, 1500, o sol acaba de nascer. Lá está a terra Descoberta, a foz de um rio e um punhado de indivíduos bronzeados andando pela praia. Os capitães se reúnem na Caravela de Cabral. Pero Vaz de Caminha, na carta que enviaria depois ao Rei Dom Manoel, conta que Cabral, como primeira medida, resolve mandar um pequeno barco, com Nicolau Coelho, ver o lugar de perto. Junto à boca do rio, dezoito ou vinte homens se aproximaram do escaler,

O Retorno

Na manhã de 2 de maio , Caspar de Lemos toma o rumo de Portugal, levando as cartas do capitão-mor Pedro Álvares Cabral, de outros capitães, do físico Mestre João e do escrivão -Pero Vaz de Caminha, além de amostras da vegetação local, toras de pau-brasil, arco e flechas, enfeites indígenas e papagaios de cores berrantes. Neste mesmo dia, o resto da esquadra retorna o caminho das Índias. Ficaram em terra os dois degredados e dois grumetes que haviam fugido.

O descaso com o Brasil

Após o descobrimento o Brasil não fora imediatamente inserido no contexto histórico português...nessa época a suposta metrópole portuguesa estava interessada no rentoso comércio das especiarias do oriente, na Índia e, também, para surpresa de muitos, na costa africana onde o marfim, o ouro e, principalmente, o tráfico de escravos rendiam altos indíces para a crescente burguesia européia.

Aparelho político-administrativo

Capitanias Hereditárias Instalação do sistema

Bandeiras das Capitanias

Sem pretender diminuir a importância histórica de Martim Afonso de Sousa e da fundação da Vila de São Vicente como ato pioneiro na instalação do aparelho administrativo na colônia, podemos afirmar que a divisão do território em capitanias hereditárias foi o primeiro grande passo rumo à afirmação efetiva e definitiva da colonização do Brasil.
Para Portugal não bastava iniciar a colonização. Era preciso efetivá-la. Era necessário povoar, estimular o desenvolvimento e garantir a defesa da terra em face das incursões dos franceses.
Todavia, uma questão se levantava. Como era possível colonizar, ocupar, povoar, administrar e defender militarmente a terra, se para tanto eram necessários recursos que o Estado não possuía, já que passava por uma crise financeira?
A solução era dividir o Brasil em capitadas hereditárias e transferir aos donatários os custos da colonização. O sistema político já era conhecido de Portugal, que o havia aplicado com relativo sucesso nas ilhas atlânticas (Açores e Madeira), onde havia se desenvolvido o plantio da cana-de-açúcar. .
Entusiasmados pelos lucrativos negócios no além-mar, pelas notícias da descoberta de metais preciosos na América espanhola e pelos direitos que os documentos reais lhes davam sobre vastas áreas brasileiras, alguns homens aceitaram as propostas de D. João III, o colonizador.
Isso garantiu ao rei a instalação do sistema no Brasil. Entre 1534 e 1536 as terras brasileiras foram divididas, do litoral à linha demarcatória de Tordesilhas, em quinze lotes doados a doze donatários.
As doações eram vistas como recompensa a alguns funcionários civis ou militares e a fidalgos que haviam enriquecido com o comércio oriental.

Direitos e deveres dos donatários

Apesar de hereditárias, as capitanias não eram propriedades privadas dos donatários, já que a legítima propriedade das terras era atributo do Estado. Hereditário era tão-somente o poder do donatário de administrar a capitania como província do Estado.
Isto quer dizer que a capitania não era um feudo, onde o senhor governava com poderes absolutos. Pelo contrário, pois o sistema de Capitanias Hereditárias era regulamentado por dois instmmentos jurídicos que definiam os direitos e os deveres dos donatários: a Carta de Doação e o Foral.
A Carta de Doação era um documento pelo qual o governo português cedia ao donatário uma ou mais capitanias, a administração sobre ela e suas rendas e o poder legal para interpretar e ministrar a lei. A capitania doada era intransferível e indivisível. Geralmente, só com a morte do donatário - também intitulado governador - a posse da capitania e os direitos sobre ela eram transferidos para o filho mais velho, que passava a ser o novo donatário, com direito aos títulos a que fazia jús. Pela Carta de Doação os atos do donatário só poderiam ser julgados pelo rei, e só em caso de traição à Coroa a capitania lhe seria tomada.
O Foral estabelecia os direitos e deveres dos donatários. Um dos deveres era o de promover a prosperidade da capitania em benefício próprio e, em especial, em benefício da Coroa.
Devia o donatário conceder sesmarias a colonos - portugueses ou não - que professassem a fé católica. A pessoa beneficiada com uma sesmaria, isto é, o sesmeiro, passava a ser o legítimo proprietário da área concedida. A sesmaria era, portanto, uma propriedade privada. Diferentemente do donatário da capitania, o sesmeiro podia dispor livremente de sua propriedade - inclusive vendê-la.
O donatário também tinha direito a uma sesmaria dentro de sua capitania. Esta sesmaria lhe era concedida pelo rei e possuía em média de l0 a 16 léguas de terra ao longo da costa e se estendia, ao fundo, até os limites extremos da capitania, definidos pela linha de Tordesilhas.
O donatário podia fundar vilas e povoações e criar instrumentos administrativos, jurídicos, civis e criminais para regê-las; podia julgar e condenar, inclusive à morte, exceto pessoas sob a proteção da Coroa, que só poderiam ser condenadas à pena máxima por crime de traição, heresia, cunhagem de moeda falsa e sodomia.
Pelo Foral os donatários ficavam obrigados a respeitar os direitos dos colonos, cujas regalias eram, teoricamente; comparáveis às dos portugueses na metrópole. O Foral estabelecia que os impostos seriam pagos em espécie. À Coroa pertencia o monopólio das especiarias (drogas do sertão) e a ela deveria ser paga a quinta parte do ouro e das pedras preciosas extraídos. Ao donatário reservava-se o direito à redízima (1/10) das rendas da metrópole e à vintena (5%) da comercialização do pau-brasil e do pescado.
Como único recurso para atingir os objetivos mercantis, promover o desenvolvimento da colonização e criar condições efetivas de resistência às incursões estrangeiras em terras brasileiras, Portugal resolveu participar direta e efetivamente da vida colonial instalando no Brasil um sistema político centralizado: o sistema de Governo Geral.

Sucessos e fracassos do sistema de Capitanias Hereditárias no Brasil

O sistema de Capitanias Hereditárias no Brasil não obteve o mesmo sucesso que alcançara nas ilhas atlânticas. A rigor, apenas duas capitanias prosperaram: a de Pernambuco e a de São Vicente, onde seus donatários iniciaram o cultivo da cana-de-açúcar com capital próprio ou com empréstimos estrangeiros, notadamente holandeses.
Deve-se frisar, contudo, que a produção açucararia vicentina tornou-se secundária ainda no século XVI, devido ao sucesso da empresa açucararia nordestina, especialmente nas capitanias de Pernambuco e Bahia.
Apesar do declínio da produção açucararia, São Vicente tornou-se, com o tempo, pólo irradiador da caça e escravização do índio e ponto de penetração para o interior em busca de pedras e metais preciosos.
Vários fatores contribuíram para o fracasso do sistema de Capitanias Hereditárias: os constantes ataques dos índios, a grande quantidade de terras inférteis em algumas capitanias, o desinteresse de alguns donatários que não chegaram sequer a vir ao Brasil e, fundamentalmente, a falta de capital. A necessidade de altas somas de dinheiro para desbravar, ocupar e defender a terra, comprar escravos, instalar engenhos cujos equipamentos eram importados da Europa etc., tornava incompatível o desenvolvimento da colonização com capital particular. Somente ao Estado, com recursos próprios, competia um empreendimento desse porte. Há que se considerar também a incompatibilidade do sistema, excessivamente descentralizado, com o poder rigidamente centralizado do Estado metropolitano, interessado no absoluto controle da exploração mercantil colonial.

Governo Geral - O Regimento de 1548

A tentativa de centralizar o poder e a administração pública no Brasil se insere nos quadros do fracasso do sistema de capitanias, da vulnerabilidade do Brasil às investidas estrangeiras e da inviabilidade de se promover a colonização com recursos particulares. Para o governo português o retraimento da economia metropolitana poderia ser superado com as possíveis riquezas que a nova terra podia gerar. Afinal, os espanhóis acabavam de descobrir (1545) as ricas minas de prata na região do Potosi (na atual Bolívia). Por outro lado, a autoridade do poder monárquico se chocava com o excesso de autonomia e soberania assumido pelos donatários em suas capitanias.
Em 1548 o governo português elaborou um novo instrumento jurídico - o Regimento de 1548 - pelo qual se instalava e se regulamentava o novo sistema político: o Governo Geral. Conforme esse regimento, competia ao governador geral:

  • fundar vilas e povoações;

  • conceder sesmarias para a instalação de engenhos de açúcar ou qualquer outra atividade econômica;

  • explorar e descobrir terras no sertão;

  • promover a criação de feiras nas vilas e povoações;

  • exterminar os corsários e destruir seus estabelecimentos nas costas do Brasil;

  • edificar fortes e construir navios para a defesa da terra;

  • garantir o monopólio real sobre a exploração do pau-brasil;

  • fazer alianças com as tribos amigas e promover sua catequese; etc.

  • No exercício de suas funções como chefe do governo, o governador-geral era assessorado por três auxiliares diretos:

  • provedor-mor (tesoureiro) - responsável pelos negócios da Fazenda, como a cobrança dos impostos etc. ;

  • ouvidor-mor (juiz) - responsável pela justiça;

  • capitão-mor da costa - militar responsável pela defesa da terra.

Resta dizer que o sistema de Governo Geral não acabou com as capitanias nem conseguiu impor a centralização política em toda a colônia. As capitanias hereditárias continuaram existindo até a segunda metade do século XVIII, quando o marquês de Pombal transformou as então existentes em Capitanias Reais.
Na prática, o poder político continuou descentralizado em todo o período colonial, pois permaneceu concentrado nas mãos da elite latifundiária, classe dominante da qual faziam parte os próprios donatários. Em síntese, a centralização política existiu apenas formalmente.
Mesmo assim, o sistema de Governo Geral duraria até 1808, apesar de, a partir de 1720, os governadores passarem a ser chamados de vice-reis.

Tomé de Sousa (1549-1553)

O cargo de primeiro governador-geral do Brasil foi delegado a Tomé de Sousa. Com ele chegaram ao Brasil aproximadamente mil pessoas, entre as quais funcionários, artífices, soldados, degredados e seis jesuítas chefiados por Manuel da Nobreza.
Na Capitania da Baía de Todos os Santos o governador edificou a cidade de Salvador, a primeira capital do Brasil. Importou gado bovino da Ilha de Cabo Verde, introduziu a lavoura cavadeira nas proximidades de Salvador, fundou engenhos, concedeu sesmarias, construiu fortificações, edifícios públicos e a igreja matriz, além de incentivar a vinda de colonos e mulheres para aqui constituírem famílias.

Duarte da Costa (1553-1558)

Como segundo governador-geral chegaram mais colonos e jesuítas, entre os quais José de Anchieta, que, juntamente com Nobreza, fundou em 1554 o Colégio de São Paulo de Piratininga, origem da cidade de São Paulo. Administrador pouco habilitado e impo
pular, sua ineficiente administração foi marcada pela briga com o bispo D. Pero Fernandes Sardinha, pelas incursões contra os índios para lhes tomar as terras e doá-las aos moradores e pela invasão do Rio de Janeiro pelos franceses.

França Antártica

Desde que foi descoberta a existência do pau-brasil ao longo do litoral brasileiro, a presença francesa se fez constante.
Sabemos que oficialmente os franceses não reconheciam as determinações do Tratado de Tordesilhas, que dividia a América entre Portugal e Espanha, e que, por isso mesmo, reservavam para si o direito de explorar a madeira brasileira e até fundar uma colônia no Brasil, se possível fosse.
Finalmente os franceses alcançaram seus objetivos conquistando o Rio de Janeiro, em 1555, e ali fundando uma colônia chamada França Antártica.
Ressalte-se também que, além de estarem interessados na exploração do pau-brasil, os franceses que invadiram o Rio de Janeiro eram - na maioria huguenotes. Esses protestantes calvinistas fugiam das tensões e perseguições da Igreja e de católicos fanáticos e buscavam um refúgio onde pudessem defender suas convicções religiosas e praticar seu culto livremente.
É claro que a fundação de uma colônia no Brasil vinha ao encontro dos interesses mercantilistas da Coroa francesa e, por isso mesmo, os invasores, chefiados por Villegaignon, foram protegidos por figuras importantes na política da França como o almirante Coligny e o próprio rei Henrique II. A invasão foi coroada de êxito e os franceses se instalaram na Baía da Guanabara, com apoio dos índios tamoios.

Mem de Sá (1558-1572)

Hábil político e dotado de uma capacidade administrativa superior à de seu antecessor, Mem de Sá procurou sanear a administração dos problemas deixados por
Duarte da Costa. Buscou moralizar os costumes combatendo os vícios, a vadiagem e o jogo. Buscou a conciliação entre colonos e jesuítas, fez as pazes com o bispado, combateu os indígenas e obrigou os submetidos a se organizarem nas missões jesuíticas para serem catequizados
.

Expulsão dos franceses do Rio de Janeiro

Em 1560 Mem de Sá dirigiu-se ao Rio de Janeiro com o objetivo de expulsar os franceses. Contava o governador com o apoio dos jesuítas e sua expedição era composta por uma armada e índios aliados. Contando ainda com a ajuda de homens e armas de São Vicente, Mem de Sá atacou os franceses e os obrigou a abandonar a ilha onde estavam refugiados, juntamente com os tamoios, seus aliados.
Com a retirada de Mem de Sá, os franceses, que haviam se escondido nas matas, voltaram a dominar algumas ilhas da Baía da Guanabara. Novos navios franceses vieram para reforçar a resistência.
O governador mandou vir de Portugal uma nova esquadra. que chegou à Baía da Guanabara em 1565, chefiada por seu sobrinho Estácio de Sá, o fundador da cidade do Rio de Janeiro.
A expulsão definitiva dos franceses só aconteceu em 1567, ano em que Mem de Sá voltou ao Rio de Janeiro com reforços para ajudar o sobrinho. Nesse mesmo ano Estácio de Sá morreu em conseqüência de uma flechada no rosto.

Divisão do Brasil em dois governos

O sucessor de Mem de Sá foi nomeado em 1570, mas não chegou ao Brasil, pois foi morto por piratas franceses durante a viagem.
Por essa época o monarca português estava firmemente empenhado em conquistar o norte do Brasil e em organizar a administração do sul.
Em 1572, ano da morte de Mem de Sá, o governo português resolveu pôr em prática suas pretensões políticas e dividiu o Brasil em Governo do Norte, com capital em Salvador, e Governo do Sul, com capital no Rio de Janeiro. Nas palavras do próprio rei D. Sebastião, estavam implícitas suas pretensões:
"Sendo as terras da costa do Brasil tão grandes e distantes umas das outras e haver já agora nelas muitas povoações e esperanças de se fazerem muitas mais pelo tempo em diante, não podiam ser tão inteiramente governadas como cumpria, por um só governador, como até aqui nelas houve". Em 1580, o Brasil caiu sob o domínio espanhol.

Câmaras Municipais

Em toda a história do Brasil Colônia o poder estava concentrado nas mãos dos grandes proprietários de terra - a classe senhorial latifundiária dominante -, apesar da existência do governador-geral e mais tarde do vice-rei.
A classe senhorial dominava a vida política, econômica, social e cultural da colônia e seus interesses eram representados e defendidos pelas Câmaras Municipais. As Câmaras decidiam sobre a administração dos municípios, impostos, salários, abastecimentos, guerra e paz com os índios etc.
Assumindo o controle dos órgãos políticos locais, a elite colonial escolhia os vereadores entre os homens-bons do lugar, isto é, membros dela própria, pois "homem-bom" era todo aquele que possuía projeção social e cuja riqueza se originava da exploração do trabalho escravo negro ou indígena.
"Formados nos grandes domínios, opulentos senhores de terras e de escravos, estes caudilhos é que davam vitalidade às Câmaras do período colonial, como foram eles que deram animação às do período imperial. Não o povo-massa. Este, ou não partilhava, como no período colonial, da administração nem do governo das câmaras; ou, quando partilhava (como no período imperial), ali comparecia sempre como caudatário apenas destes grandes potentados."

Brasil Filipino Domínio espanhol (1580-1640)

A crise de sucessão portuguesa originada com a morte do rei D. Sebastião na batalha de Alcácer-Quibir e continuada com a morte de seu substituto, o cardeal D. Henrique, sem deixar sucessor direto, resultou na conquista de Portugal por Filipe II, rei da Espanha, em 1580. A união das duas Coroas ibéricas (União Peninsular) significou a junção de duas nações que apresentavam a mesma incapacidade na organização de suas políticas mercantilistas.
Apesar dos lucros advindos do comércio oriental, da extração de metais preciosos na América e da empresa agrícola brasileira, as nações ibéricas não foram capazes de usar essas riquezas para o desenvolvimento capitalista nacional.
Contrariando o princípio mercantilista da balança comercial favorável, essas nações usavam as riquezas coloniais para importar bens industrializados de outros países, incluindo produtos supérfluos de luxo. Isso esgotava as reservas das Coroas e gerava dependência econômica em relação à Holanda, Inglaterra e França.
O desastre da política mercantilista ibérica tem a ver também com a inexistência, nas duas nações, de uma burguesia forte e suficientemente poderosa para impor ao governo suas decisões. Por essa razão, as finanças portuguesas e espanholas eram administradas por uma nobreza parasitária, incapaz e luxuosa, cujos gastos ostentatorios dilapidavam os tesouros. O caso espanhol foi agravado pelas fantásticas somas necessárias para a sustentação dos belicosos exércitos e as constantes guerras em que a Espanha se envolveu.
Enfim, devido ao descaso e à irracionalidade dos seus administradores, "Espanha e Portugal transformam-se, conseqüentemente, em meros entrepostos de suprimento de metais preciosos, de especiarias e, mais tarde, de açúcar e outros produtos tropicais a mercadores de toda a Europa. Nem mesmo se capacitam a criar um sistema próprio de distribuição dos seus produtos coloniais nos mercados europeus, perdendo, com isto, até os ganhos da comercialização".
Apesar da resistência militar portuguesa aos exércitos invasores espanhóis, a pretensão de Filipe II de unir as duas "irmãs gêmeas" teve o apoio de pane da nobreza e do grupo mercantil português.
Apesar da unificação das Coroas, Filipe II tentou preservar a imagem de Portugal, não o tratando como nação conquistada, mas como um país que se uniu à Coroa espanhola. Esse tratamento foi assegurado com a assinatura, em 1581, do Juramento de Tomar, uma série de compromissos assumidos pela Espanha em relação a Portugal.
Pelo juramento resguardava-se a Portugal o controle do comércio de suas colônias, a manutenção das leis, usos e costumes portugueses e garantia que a administração pública de Portugal e de suas colônias seria executada por portugueses.
O Juramento de Tomar deixa-nos claro o pouco interesse econômico de Filipe lI por Portugal e Brasil, e que a União Ibérica tinha, para ele, um significado político maior: o de aumentar o prestígio internacional da Espanha.

Repercussões da unificação no Brasil

Alguns acontecimentos importantes marcaram a vida político-administrativa do Brasil sob o domínio espanhol. Foi feita uma reforma na política fiscal, tornando-a mais rígida e mais eficiente no combate à corrupção e aos desvios do dinheiro proveniente da tributação. A prática da justiça foi dinamizada com a criação do Tribunal de Relação de Salvador, onde os colonos podiam apelar das sentenças. Antes disso as apelações só eram julgadas em Lisboa. Durante o domínio espanhol a colonização se expandiu no litoral ao norte de Pernambuco, chegando até o Amazonas. Foi a chamada expansão oficial, que analisaremos no próximo capítulo.
Houve uma nova divisão política no Brasil, com a criação do Estado do Maranhão em 1621. Esse estado era composto pelas capitanias do Grão-Pará, Maranhão e Ceará e durou até 1774. Outro fato marcante foram as invasões francesas, que resultaram na fundação de uma colônia no Maranhão, a França Equinocial, e, principalmente, nas invasões holandesas.

Invasões holandesas Antecedentes

Na Baixa Idade Média, com o renascimento comercial, a região dos Países Baixos (Holanda e Bélgica atuais) transformou-se no principal centro mercantil da Europa.
O crescimento comercial de algumas cidades como Amsterdã, Utrecht, Haarlem e outras deu origem a uma florescente burguesia mercantil, que iria, no século XVII, transformar a Holanda (região norte dos Países Baixos) na maior nação capitalista do mundo, e Amsterdã, na capital financeira internacional.
Altamente capacitada, a burguesia flamenga (holandesa) já dominava o comércio do norte da Europa desde fins da Idade Média. Era, desde então, a principal distribuidora dos produtos europeus nos mercados intencionais. Produzia diferentes bens e produtos industrializados e distribuía produtos de vários países como, por exemplo, o açúcar produzido nas ilhas portuguesas do Atlântico.
A partir do século XVI a burguesia flamenga investe na produção do açúcar brasileiro e passa a usufruir grande parte do lucro gerado por esse produto, pois tinha o direito exclusivo sobre sua refinação e distribuição. Apesar de toda a capacidade capitalista do grupo mercantil urbano do norte, os Países Baixos pertenceram à Espanha até o final do século XVI.
Em meados desse século a burguesia holandesa aderiu à doutrina calvinista - doutrina protestante pregada por Calvino -, que defendia o lucro, a política mercantilista e colonialista, e exaltava as virtudes burguesas. A partir daí passamos a ter, de fato, uma situação de conflito: uma metrópole católica e uma possessão protestante.
Na segunda metade do século XVI as províncias dos Países Baixos se rebelaram contra a opressão política e tributaria e as perseguições religiosas impostas por Filipe II, o fanático rei da Espanha católica.
Apesar da repressão violenta e cruel, e de as províncias do sul (atual Bélgica) desistirem da luta, as províncias do norte (Holanda) resistiram e proclamaram sua independência em 1581, só reconhecida definitivamente pela Espanha em 1648. É importante observar que durante todo o tempo em que durou a guerra da independência, o Brasil estava sob o domínio da Espanha, e isto está relacionado com as invasões holandesas, como veremos a seguir.

O embargo espanhol

Numa tentativa de minar o poderio mercantilista dos holandeses, Filipe II proibiu o comércio entre eles e as colônias espanholas. A esta proibição deu-se o nome de embargo espanhol. Do ponto de vista econômico o embargo prejudicou sensivelmente as finanças da Espanha, na medida em que as companhias de comércio criadas pelos holandeses passaram a atacar as colônias espanholas.
Em 1602, protegidos e apoiados pelo Estado, vários empresários holandeses se uniram e criaram a Companhia das Índias Orientais, que conquistou algumas possessões espanholas na Ásia e na África, fez acordos comerciais com alguns povos orientais como os japoneses, os chineses e os persas (no atual Irã) e passou a controlar parcialmente o tráfico negreiro.
A política da Companhia das Índias Orientais acabou por gerar astronômicos prejuízos e forçou o governo espanhol a assinar com a Holanda a chamada Trégua dos Doze Anos (1609-1621). Findo esse período de paz, em 1621 os holandeses fundaram a importantíssima Companhia das Índias Ocidentais (WIC, de West Indische Compagnie), responsável pelas invasões holandesas das colônias espanholas na América, inclusive o Brasil. Afinal, o açúcar brasileiro contribuía em escala considerável para a sustentação da economia holandesa, que poderia ir à exaustão com o embargo espanhol.

Holandeses na Bahia (1624-1625)

Preparadas a invasão e a esquadra, o local escolhido foi a Bahia. A escolha da capitania se deu por sua posição geográfica privilegiada, por ser a capital do Estado do Brasil e a segunda produtora brasileira de açúcar. A vitória foi fácil. O governador foi preso e enviado à Holanda. Os holandeses conquistaram e dominaram toda a zona urbana de Salvador. Entretanto, no interior, a elite agrária organizou a resistência e escolheu para governador Matias de Albuquerque.
Organizaram-se guerrilhas sob a liderança do bispo D. Marcos Teixeira, e os grupos de guerrilheiros passaram a atacar de surpresa os invasores, impedindo a conquista do interior. As investidas guerrilheiras minavam as forças inimigas e as forçavam a ficar sitiadas em Salvador.
Em 1625 Matias de Albuquerque e seus homens receberam ajuda de uma forte esquadra enviada pela metrópole, composta de 52 navios e mais de 12.000 homens. Essa esquadra Ficou conhecida como a Jornada dos Vassalos, sendo sua ajuda decisiva para a expulsão dos holandeses da Bahia. Holandeses em Pernambuco (1630-1654)

No intervalo de cinco anos que vai da expulsão da Bahia à invasão de Pernambuco, o holandês Piet Heyn, a serviço da Companhia das Índias Ocidentais, apoderou-se, no litoral da Bahia, de vários navios carregados de açúcar, pau-brasil, algodão e tabaco. Capturou também, nas Antilhas, a frota espanhola que transportava ouro e prata em grande quantidade.
A captura dos navios e da valiosa carga possibilitou aos donos da Companhia das Índias Ocidentais organizar a invasão de Pernambuco, então a mais rica região açucareira do mundo.
As forças invasoras, equipadas com 67 navios, 1,170 canhões e 7.000 homens, conquistaram facilmente Olinda e Recife. Entretanto, as forças luso-brasileiras lideradas por Matias de Albuquerque, concentradas no Arraial do Bom Jesus, impediam que os invasores conquistassem a zona rural, onde estavam localizados os grandes engenhos.
Nos primeiros anos que se seguiram à invasão, a resistência luso-brasileira, organizada mais uma vez em grupos de guerrilhas, conseguiu a duras penas evitar o absoluto domínio dos holandeses. Contudo, apoiados na experiência de seus militares, no constante reforço vindo da Holanda, no auxílio de cristãos-novos residentes em Pernambuco e de negros e mestiços como Calabar, que eram atraídos pelas promessas de liberdade e pagamentos, os invasores Finalmente quebraram a resistência e conquistaram o Nordeste açucareiro, com exceção da Bahia.
Domingos Fernandes Calabar havia lutado ao lado de Matias de Albuquerque na defesa do Arraial do Bom Jesus. Profundo conhecedor do terreno, o mulato nascido em Alagoas passou para o lado holandês, ajudando os invasores a abrir caminho para a conquista de várias regiões.
Em 1635 caiu o Arraial do Bom Jesus, principal centro de resistência. Matias de Albuquerque fugiu para Alagoas, onde prendeu e executou Calabar.
De qualquer maneira, é importante frisar que a luta não interessava aos senhores de engenho nem aos holandeses. Aos senhores de engenho causava sérios prejuízos, pois muitos tiveram seus canaviais e engenhos destruídos, além de perder um grande número de escravos que, aproveitando-se da luta, fugiam para os quilombos, notadamente para Palmares. Aos holandeses a luta também era prejudicial, porque sustentá-la implicava gastos financeiros, além de estar ocorrendo queda da produção açucareira. Finalmente, a rendição. Afinal, para os senhores de engenho interessava vender a produção do açúcar e, para os holandeses, distribuí-la. Restabelecem-se as relações mercantis entre invasores e invadidos.

Governo de Nassau (1637-1644)

A consolidação das relações amistosas entre a aristocracia canavieira e os holandeses se deu durante a administração de João Maurício de Nassau, nomeado pela Companhia das Índias Ocidentais para governar os domínios holandeses no Brasil.
Hábil administrador, o conde de Nassau assegurou aos senhores de engenho proteção, respeito às propriedades, liberdade religiosa - os holandeses eram protestantes - e abertura de novos créditos para a recuperação das plantações, reequipamento dos engenhos e compra de escravos. Com os novos empréstimos, a empresa açucareira se reergueu e a Companhia se recuperou dos prejuízos.
Nassau assegurou também a participação de membros da aristocracia nos Conselhos de Escabinos, órgãos administrativos holandeses que substituíram as Câmaras Municipais. Remodelou e urbanizou Recife e mandou construir a Cidade Maurícia, provavelmente projetada pelo arquiteto Pieter Post na Holanda, pois ele jamais estivera no Brasil. Construiu canais e pontes, uma delas ligando Recife à Cidade Maurícia.
Do ponto de vista cultural e artístico, a época de Nassau foi marcante. Vivia cercado por intelectuais, artistas e cientistas como o naturalista Jorge Marcgrav, o médico Willem Piso e os pintores Frans Post e Albert Eckhout, que retrataram em famosas telas a óleo aspectos da flora, da fauna e da vida humana na colônia.
Nassau completou a conquista holandesa do Sergipe ao Maranhão. Além disso, durante sua estada no Brasil a Companhia das Índias Ocidentais ocupou várias regiões africanas fornecedoras de escravos como, por exemplo, São Jorge de Minas, a Ilha de São Tomé, na Guiné, e São Paulo de Loanda, em Angola. Estava assegurado o abastecimento de mão-de-obra negra para o Brasil holandês. Deve-se ressaltar, contudo, que Nassau jamais conquistou a Bahia, apesar da tentativa; o segundo maior produtor de açúcar já mais foi dominado pelos holandeses.

Insurreição Pernambucana (1645-1654)

Em 1640 Portugal restaurou sua independência e nascia, com D. João IV, a dinastia de Bragança. Era o fim do domínio espanhol. Entretanto, arruinado financeiramente, Portugal não tinha condições de expulsar os holandeses do Brasil. Daí o governo português ver-se obrigado a assinar um acordo de paz com a Holanda. O acordo estabelecia que os holandeses não podiam ampliar seus domínios sobre posses portuguesas. Essa determinação não foi plenamente obedecida pelos holandeses que, contrariando-a, conquistaram em 1641 áreas da África portuguesa e anexaram o Maranhão.
Com o passar do tempo o relacionamento amistoso entre a aristocracia latifundiária e a Companhia das Índias Ocidentais começou a se deteriorar. Os atritos tomavam-se constantes e por várias razões. Sabemos que a válvula que impulsionou a vinda dos holandeses para o Brasil foram os interesses mercantilistas em relação ao açúcar. Não vieram para colonizar e se fixarem à terra, mas para garantir seus lucros sobre a empresa açucareira.
Vimos também que os donos da WIC emprestaram capital aos senhores para a recuperação da produção açucareira. Esses empréstimos, a juros altíssimos, geraram dívidas e obrigações extremamente difíceis de serem cumpridas pela elite açucareira.
Entre 1640 e 1644 uma série de contratempos naturais como inundações, secas, incêndios e epidemias entre os negros, além da crescente alta dos juros, impossibilitou os senhores de cumprir seus compromissos com os credores holandeses. A dívida aumentava.
Os donos da WIC também passavam por problemas financeiros devido às guerras européias nas quais a Holanda estava envolvida. Procuraram então explorar ao máximo seus domínios no Nordeste: aumentaram o preço do transporte e os impostos sobre o açúcar, e passaram a exigir o pagamento das dívidas, ameaçando os senhores com o confisco dos engenhos caso não as quitassem no prazo estipulado.
Nassau aconselhou os donos da WIC a mudar seu comportamento em relação aos senhores de engenho. Os donos da Companhia, entretanto, não lhe deram ouvidos e o acusaram de pretender criar no Brasil um império particular.
As tensões se avolumaram, principalmente depois que os calvinistas holandeses esqueceram-se do compromisso assumido anos antes de assegurar a liberdade de culto religioso.
Já em 1642 explodiu no Maranhão o primeiro movimento organizado de reação aos holandeses. A luta dos senhores de engenho do Maranhão, apoiados pelos da Capitania do Pará, foi sufocada. Contudo a idéia de expulsar o invasor ganhou vulto e se espalhou em Pernambuco. Nassau, em desacordo com a WIC, foi demitido e voltou à Holanda em 1644.
No ano seguinte explodiu a Insurreição Pernambucana, que só acabaria em 1654 com a expulsão dos holandeses. O movimento armado congregou em sua liderança elementos dos três grupos étnicos existentes no Brasil: os brancos André Vidal de Negreiros e João Fernandes Vieira, o negro Henrique Dias e o índio Poty.
Apesar de algumas significativas vitórias como a da Batalha do Monte das Tabocas e as duas batalhas dos Guararapes, as forças rebeldes não conseguiram desalojar os holandeses do Recife. Isso deveu-se também à pálida ajuda militar portuguesa aos brasileiros por causa do acordo de paz que Portugal fizera com a Holanda e à incapacidade portuguesa de enfrentar militarmente os exércitos holandeses.
Depois dessas vitórias iniciais a guerra tomou-se morosa. De um lado, as forças rebeldes impossibilitadas de entrar no Recife; do outro, os holandeses dominando o mar, dificultando a chegada de reforços para os luso-brasileiros e sendo facilmente abastecidos por seus companheiros.
Porém a explosão de uma guerra entre Holanda e Inglaterra, em disputa pela liderança marítima, criou as condições para a vitória final da insurreição.
O desgaste financeiro da Holanda provocado pelo confronto militar com os ingleses e a ajuda da Inglaterra aos rebeldes pernambucanos foram fundamentais para a rendição holandesa em 1654
.

Conseqüências da expulsão.

O Brasil estava livre, porém a Holanda continuava mantendo suas pretensões de domínio sobre a colônia e sobre as regiões africanas conquistadas de Portugal. Esse impasse gerou novo conflito armado entre portugueses e holandeses. Portugal recebeu o imediato apoio da esquadra britânica, o que forçou a abertura de negociações diplomáticas entre Holanda e Portugal e, finalmente, a assinatura da Paz de Haia, em 1661.
Pela Paz de Haia, Portugal ficava obrigado a pagar à Holanda uma indenização de quatro milhões de cruzados em dinheiro, açúcar, tabaco e sal, e a restituir aos holandeses toda a artilharia tomada no Brasil.
O auxílio inglês a Portugal nas lutas contra os holandeses e a conseqüente aliança entre as Coroas inglesa e portuguesa resultaram na dependência da nação lusitana e do Brasil ao capital inglês. Essa dependência, que atravessou séculos, afirmava-se à medida que Portugal era forçada a assinar tratados econômicos com a Inglaterra.
Para o Brasil, a conseqüência mais séria da expulsão holandesa foi a decadência da empresa açucareira. Os holandeses, após sua expulsão do Brasil, foram plantar cana e produzir açúcar nas Antilhas, valendo-se da experiência que haviam adquirido na cultura canavieira do Brasil.
Senhores absolutos da distribuição do produto nos mercados internacionais e, agora, produtores diretos, os holandeses passaram a dominar da produção à distribuição do açúcar. A empresa açucareira nordestina, não tendo condições de concorrer com a nova empresa holandesa que produzia um açúcar de melhor qualidade e mais barato, entrou em decadência. Com isso o Brasil conheceu sua primeira grande crise econômica. Isso acirrou as relações entre a classe senhorial da colônia e as autoridades representativas do Estado metropolitano.

Cronologia

1500 = Descobrimento do Brasil. É celebrada a primeira missa no Brasil.

1501 = Primeira expedição de reconhecimento de Américo Vespúcio.

1530 = Primeira expedição colonizadora chefiada Martim Afonso de Sousa.

1532 = Fundação das vilas de São Vicente e de Piratininga.

1533 = Instituição dos sistemas de capitanias hereditárias.

1536 = Fundação de Santos.

1537 = Chegam os primeiros escravos africanos ao Brasil.

1548 = D. João III nomeia Tomé de Sousa governador-geral do Brasil.

1549 = Fundação de Salvador; chegam os primeiros jesuítas, comandados por Manuel da Nóbrega.

1553 = D. João III nomeia Duarte da Costa segundo governador-geral do Brasil; Anchieta chega a São Vicente.

1554 = Invasão dos franceses ao Rio de Janeiro, chefiados por Villegaignon, e fundação da França Antártica.

1557 = Mem de Sá é nomeado terceiro governador-geral do Brasil.

1565 = Fundação da vila de São Sebastião ( futura cidade do Rio de Janeiro ).

1574 / 1614 = Em perseguição aos franceses, os portugueses vão ocupando, para Portugal, a Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Maranhão.

1580 = Com a morte de D. Sebastião, o reino português passa, por direito de sucessão, a integrar o reino da Espanha.

1612 = Franceses fundam São Luís do Maranhão. Foram expulsos em 1615.

1624 = Primeiro ataque ao Brasil; tomada de Salvador ( Bahia). Foram expulsos em 1625.

1580 / 1640 = Período inicial do bandeirismo, chamado caça-índios.

1640 = Portugal se liberta do domínio de Castela.

1641 = Domínio holandês no Maranhão.

1644 = Holandeses são expulsos do Maranhão. Nassau é destituído de seu cargo pela Companhia da Índias Ocidentais.

1654 = Expulsão definitiva dos holandeses.

1680 = Fundação da colônia portuguesa de Sacramento.

1684 = Revolta de Beckman, no Maranhão.

1694 = Derrota do Quilombo dos Palmares. Criada na Bahia a primeira Casa da Moeda.

1706 = A colônia de Sacramento é capturada pelos espanhóis.

1707 = Guerra dos Emboabas.

1710 = Revolta dos Mascates, em Pernambuco.

1715 = A colônia de Sacramento é devolvida aos portugueses.

1720 = Revolta de Filipe dos Santos em Minas Gerais.

1750 = Tratado de Madri.

1759 = Expulsão dos jesuítas do Brasil.

1789 = Inconfidência Mineira.

1808 = Chegada da família real ao Brasil. Abertura dos portos.

1815 = Elevação do Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves.

1816 = Insurreição Pernambucana.

1821 = Retorno da família real a Portugal.

1822 = D. Pedro I proclama a Independência do Brasil.

1823 = Outorgada a primeira Constituição. Confederação do Equador.

1824 / 1828 = Guerra Cisplatina.

1831 = Abdicação de D. Pedro I . Eleição Regência Trina Permanente.

1834 = A Regência Trina é substituída pela Regência Una.

1835 = Cabanagem, no Pará. Guerra dos Farrapos, no Rio Grande do Sul.

1834 = Renúncia de Feijó. Sabinada, na Bahia.

1838 = Balaiada, no Maranhão.

1839 = Proclamada a maioridade de D. Pedro II, imperador do Brasil.

1847 = Implantação do parlamentarismo no Brasil.

1848 = Revolução Praieira, em Pernambuco.

1850 = Lei Eusébio de Queirós.

1851 / 1852 = Derrota de Oribe (Uruguai) e de Rosas (Argentina) por tropas brasileiras.

1862 / 1863 = Questão Christie.

1865 = Tratado da Tríplice Aliança.

1865 / 1870 = Guerra do Paraguai.

1871 = Lei do Ventre Livre.

1872 = Questão religiosa, devido à interdição das irmandades ligadas à maçonaria.

1883 = Questão militar, causada pela proibição de manifestação públicas.

1884 = Lei dos sexagenários.

1888 = Abolição da escravatura.

1889 = Proclamação da República.

1890 = É Promulgada a constituição. Marechal Deodoro renuncia e é substituído por Floriano Peixoto.

1893 / 1895 =Revolução Federalista.

1894 = Prudente de Morais é eleito presidente da república.

1897 = A revolta de Canudos é esmagada.

1898 = Eleição de Campos Sales para a presidência.

1902 = Rodrigues Alves é eleito presidente.

1904 = Revolta da Vacina.

1905 = Afonso Pena é eleito presidente.

1906 = Convênio de Taubaté.

1910 = Marechal Hermes é eleito presidente.

1911 / 1916 = Guerra do Contestado.

1917 = Brasil entra na I Guerra.

1918 = Rodrigues Alves é eleito Presidente. Por motivo de doenças, Delfim Moreira assume em seu lugar.

1919 = Morte de Rodrigues Alves. Epitácio Pessoa é eleito presidente em novo pleito.

1922 = Artur Bernardes é eleito presidente. Revolta dos 18 do Forte. Fundação do PCB. Semana de Arte Moderna.

1923 = Revolução Gaúcha.

1924 = Revolução Tenentista em São Paulo. Início da Coluna Prestes.

1927 = Coluna Prestes interna-se na Bolívia.

1929 = Getúlio Vargas é candidato à presidência da República. Crash na bolsa de Nova Iorque.

1930 = Fim da Primeira República . Vargas toma posse como chefe do governo provisório.

1931 = Instituição do voto secreto e do feminino. Greve operária e Revolução Constitucionalista em São Paulo.

1934 = Promulgada a nova Constituição. Vargas é eleito presidente da República pela Assembléia Constituinte.

1937 = Vargas fecha o Congresso, outorga nova Constituição e implanta o Estado Novo.

1938 = Fundação da UNE. Lampião é morto pela polícia.

1942 = O Brasil declara guerra ao Eixo.

1943 = Governo institui a CLT.

1944 = Fundação da UDN, do PSD e, sob a liderança de Vargas, do PTB. Vargas é deposto pelas Forças Armadas. Dutra é eleito presidente. Congresso transforma-se em Constituinte.

1945 = Promulgada nova Constituição.

1946 = Criação do PSB.

1950 = Luís Carlos Prestes lança o "Manifesto de Agosto". Vargas vence as eleições presidenciais.

1951 = Criação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

1952 = Criação da Petrobrás. João Goulart assume o Ministério do Trabalho e Tancredo Neves o da Justiça. Em São Paulo, greve por reajuste salarial.

1953 = Carlos Lacerda sofre atentado e responsabiliza o governo. Militares divulgam manifesto à Nação exigindo a renúncia de Vargas, que se suicida em 24 de agosto.

1954 = Juscelino Kubistschek é eleito presidente. O Cinema Novo desponta com o filme "Rio, 40 graus".

1958 = Ligas Camponesas iniciam movimento por reforma agrária.

1959 = Inauguração de Brasília. Jânio Quadros vence eleições presidenciais. Marítimos e Ferroviários realizam greve nacional. O congresso aprova Lei da Paridade.

1960 = Jânio assume em 31/01 e renuncia em 25/08. Militares se opõem `a posse do vice. Manifestações em todo país pela posse. Instituído o parlamentarismo. João Goulart assume e Tancredo Neves passa ser o primeiro- ministro.

1963 = Volta ao presidencialismo.

1964 = Jango defende as reforma de base em comício na Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Em São Paulo, grande manifestação contra o presidente. Militares e setores políticos conservadores desencadeiam golpe contra João Goulart que se refugia no Uruguai. Gen. Castelo Branco assume a Presidência. Edição do Ato Institucional n.º 1.

1967 = Posse do Marechal Costa e Silva. Inicio da resistência armada à ditadura militar.

1968 = Passeata dos cem mil, no Rio de Janeiro, contra o governos militar. AI-5 fecha o Congresso Nacional.

1969 = Aumenta a repressão aos oposicionistas do regime militar. Assume junta militar.

1970 = Construção da Transamazônica. Conquista do tricampeonato mundial de futebol.

1974 = Gen. Geisel assume a presidência. MDB obtém expressiva vitória.

1975 = Morto no DOI-CODI Wladimir Herzog.

1976 = Morto no DOI-CODI Manuel Fiel Filho. Explode bomba no ABI.

1977 = Geisel fecha o congresso.

1978 = Fim do AI-5. Gen. João Batista Figueiredo é indicado presidente.

1979 = É sancionada a Lei da Anistia. Governo intervém no sindicatos dos metalúrgicos do ABC. Aprovada reforma partidária.

1980 = A Arena transforma-se em PDS, o MDB em PMDB e é fundado o PT.

1981 = Eleições consolidam novos partidos ( PTB, PDT, PT).

1984 = Manifestações exigem "Diretas já" para presidente. A emenda é rejeitada no Congresso.

1985 = Tancredo Neves é eleito indiretamente presidente, mas morre antes de tomar posse. Assume o vice José Sarney.

1986 = É aplicado Plano Cruzado.

1987 = Instalação do Congresso Nacional Constituinte. Novo plano econômico: Plano Bresser.

1988 = Promulgada a nova Constituição.

1989 = Chico Mendes, Seringueiro e ativista ecológico, é assassinado. Plano verão.

1990 =Fernando Collor de Melo assume a presidência após eleições diretas. Novo choque: O Plano Collor.

1991 = É realizada a ECO-92. O Congresso aprova o impeachment de Collor. O presidente renuncia. Assume o vice Itamar Franco.

1992 = Escândalo na Comissão de Orçamento. Fernando Henrique Cardoso, assume o Ministério da Fazenda e lança as bases do Plano FHC.

1993 = Plano Real.

1995 = Fernando Henrique Cardoso assume a presidência.

1999 = Reeleição de Fernando Henrique Cardoso na presidência.

Brasília

Em 1761 o Marquês de Pombal, então primeiro-ministro de Portugal, propunha mudar a capital do império português para o interior do Brasil Colônia. O jornalista Hipólito José da Costa, fundador do Correio Braziliense, primeiro jornal brasileiro, editado em Londres, em 1813 redigiu artigos em defesa da interiorização da capital do país, para uma área "próxima às vertentes dos caudalosos rios que se dirigem para o norte, sul e nordeste". José Bonifácio, o Patriarca da Independência, foi a primeira pessoa a se referir à futura capital do Brasil, em 1823, como "Brasília".[12]

Desde a primeira constituição republicana, de 1891, havia um dispositivo que previa a mudança da Capital Federal do Rio de Janeiro para o interior do país, determinando como "pertencente à União, no Planalto Central da República, uma zona de 14.400 quilômetros quadrados, que será oportunamente demarcada, para nela estabelecer-se a futura Capital Federal".[13] Fato interessante dessa época foi o sonho "premonitório" tido pelo padre italiano São João Bosco, no qual disse ter visto uma terra de riquezas e prosperidade situada próxima a um lago e entre os paralelos 15 e 20 do Hemisfério Sul. Acredita-se que o sonho do padre seria a futura capital brasileira, pelo qual o padre, posteriormente canonizado, se tornou o padroeiro de Brasília.[12]

No ano de 1891 foi nomeada a Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil, liderada pelo astrônomo Luís Cruls e integrada por médicos, geólogos e botânicos, que fizeram um levantamento sobre topografia, o clima, a geologia, a flora, a fauna e os recursos materiais da região do Planalto Central. A área ficou conhecida como Quadrilátero Cruls [14] e foi apresentada em 1894 ao Governo Republicano. A comissão designava Brasília com o nome de "Vera Cruz".[12]

Em 1922, no ano do Centenário da Independência do Brasil, o Deputado Americano do Brasil apresenta um projeto à Câmara incluindo entre as comemorações a serem celebradas o lançamento da Pedra Fundamental da futura Capital, no Planalto Central.[15] O então Presidente da República, Epitácio Pessoa, baixa o decreto nº 4.494 de 18 de janeiro de 1922, determinando o assentamento da Pedra Fundamental e designa para a realização desta missão, o engenheiro Balduino Ernesto de Almeida, Diretor da estrada de ferro de Goiás com sede em Araguari, Minas Gerais. No dia 7 de setembro de 1922, com uma caravana composta de 40 pessoas é assentada a Pedra Fundamental no Morro do Centenário, na Serra da Independência, situada a nove quilômetros da cidade de Planaltina.

Em 1954 o Marechal José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque foi convidado pelo presidente Café Filho para ocupar a presidência da Comissão de Localização da Nova Capital Federal, encarregada de examinar as condições gerais de instalação da cidade a ser construída. Em seguida, Café Filho homologou a escolha do sítio da nova capital e delimitou a área do futuro Distrito Federal, determinando que a comissão encaminhasse o estudo de todos. A Comissão de Planejamento e Localização da nova Capital, sob a Presidência de José Pessôa, a responsável pela exata escolha do local onde hoje se ergue Brasília.[16]

A idealização do plano-piloto, também foi obra da mesma comissão que em robusto relatório, redigido pelo Marechal José Pessôa, de título "Nova Metrópole do Brasil", entregue ao Presidente Café Filho, detalhou os pormenores do arrojado planejamento que se realizou.

O Marechal José Pessôa não imaginou o nome da capital como Brasília, mas sim Vera Cruz, caracterizando o flamejante sentimento de um povo que nasceu sob o signo da Cruz de Cristo e estabelecendo ligação com o primeiro nome dado pelos descobridores portugueses. O plano elaborado respeitava uma determinada interpretação da História e não descaracterizava as tradições brasileiras. Grandes avenidas chamar-se-iam "Independência", "Bandeirantes" etc., diferentes, portanto, das atuais siglas alfas-numéricas de Brasília, como W-3, SQS, SCS, SMU e outros.[17]

Por discordâncias com o Presidente Juscelino Kubitschek, o Marechal José Pessoa abandonou a presidência da Comissão, tendo sido sucedido pelo Coronel do Exército Ernesto Silva, que era o Secretário da Comissão. Ernesto Silva, que também era médico, foi nomeado na sequência presidente da Comissão de Planejamento da Construção e da Mudança da Capital Federal (1956) e Diretor da Companhia Urbanizadora da Nova Capital - NOVACAP (1956/1961), tendo Ernesto Silva assinado o Edital do Concurso do Plano Piloto, em 1956, publicado no Diário Oficial da União no dia 30 de setembro de 1956.

Apenas no ano de 1955, durante um comício na cidade goiana de Jataí, o então candidato à presidência, Juscelino Kubitschek, foi questionado por um eleitor se respeitaria a Constituição, interiorizando a Capital Federal, ao que JK afirmou que iria transferir a capital.[18]. Eleito presidente, Juscelino estabeleceu a construção de Brasília como "meta síntese" [19] de seu "Plano de Metas".

O traçado de ruas de Brasília obedece ao plano piloto implantado pela empresa Novacap a partir de um anteprojeto do arquiteto Lucio Costa, escolhido através de concurso público nacional. O arquiteto Oscar Niemeyer projetou os principais prédios públicos da cidade. Para fazer a transferência simbólica da capital do Rio para Brasília, Juscelino fechou solenemente os portões do Palácio do Catete, então transformado em Museu da República, às 9 da manhã do dia 21 de abril de 1960, ao que a multidão reagiu com aplausos. A cidade de Brasília foi fundada no mesmo dia e mês em que se lembra a execução de Joaquim José da Silva Xavier, líder da Inconfidência Mineira, e a fundação de Roma.[12]

Oscar Niemeyer na época da construção de Brasília

O princípio básico das estratégias políticas de Juscelino Kubitschek, segundo o próprio, era apropriado do moralista francês Joubert, para quem "não devemos cortar o nó que podemos desatar". Com base nessa máxima, Kubitschek viabilizou a construção de Brasília, oferecendo várias benesses à oposição, criando fatos consumados e queimando etapas. Apesar de a cidade ter sido construída em tempo recorde, a transferência efetiva da infra-estrutura governamental só ocorreu durante os governos militares, já na década de 1970. Todavia, ainda no início do Século XXI, muitos órgãos do governo federal brasileiro continuam sediados na cidade do Rio de Janeiro.

Um fato que mostra o impacto provocado pelo modernismo da cidade recém construída foi a frase dita pelo cosmonauta Yuri Gagarin, primeiro homem a viajar para o espaço, que ao visitar Brasília em 1961, disse: "Tenho a impressão de que estou desembarcando num planeta diferente, não na Terra".[12]

Eixo monumental ao amanhecer.

Alguns dos fatores que mais influenciaram a transferência da capital foram a segurança nacional, pois acreditava-se que com a capital no litoral ela estava vulnerável a ataques estrangeiros (argumento militar-estratégico que teve como precursor Hipólito José da Costa), e uma interiorização do povoamento e do desenvolvimento e integração nacional, já que devido a fatores econômicos e históricos a população brasileira concentrou-se na faixa litorânea, ficando o interior do país pouco povoado. Assim a transferência da capital para o interior forçaria o deslocamento de um contingente populacional e a abertura de rodovias, ligando a capital às diversas regiões do país, o que levaria a uma maior integração econômica.

GEOGRAFIA

Temperatura Média Anual: 19°C
Relevo:
plano com leves ondulações
Vegetação Predominante:
pinheiros e vegetação variada
Clima:
tropical de altitude


Além de ser centro político, Brasília é um importante centro econômico. A cidade é a 3ª mais rica do Brasil, exibindo um Produto Interno Bruto (PIB) de 99,5 bilhões de reais, o que representa 3,76 % de todo o PIB brasileiro.[5]

A principal atividade econômica da capital federal resulta de sua função administrativa. Por isso seu planejamento industrial é estudado com muito cuidado pelo Governo do Distrito Federal. Por ser uma cidade tombada pela Unesco, o governo de Brasília tem optado em incentivar o desenvolvimento de indústrias não poluentes como a de softwares, do cinema, vídeo, gemologia, entre outras, com ênfase na preservação ambiental e na manutenção do equilíbrio ecológico, preservando o patrimônio da cidade.

Fachada do Brasília Shopping.

A economia de Brasília sempre teve como principais bases a construção civil e o varejo.[33] Foi construída em terreno totalmente livre, por tanto ainda existem muitos espaços nos quais se podem construir novos edifícios. à medida que a cidade recebe novos moradores, a demanda do setor terciário aumenta, pelo qual Brasília tem uma grande quantidade de lojas, com destaque para o Shopping Conjunto Nacional, localizado no centro da capital.

A agricultura e a avicultura ocupam lugar de destaque na economia brasiliense. Um cinturão verde na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno abastece a cidade e já exporta alimentos para outros locais.

Brasília está hoje entre as áreas urbanas de maiores índices de renda "per capita" do Brasil.

Vegetação

O Distrito federal é uma região que possui uma grande vegetação, reunindo 150 espécies. A maioria é nativa, típica do do Cerrado, e de porte médio, com altura de 15m a 25m.[21] Muitas são tombadas pelo Patrimônio Ecológico do Distrito Federal, para garantir sua preservação..[21] Algumas das principais espécies são as seguintes: pindaíba, paineira, ipê-roxo, ipê-amarelo, pau-brasil e buriti.[22]

A preservação da vegetação no Distrito Federal é um tema preocupante, principalmente pela preocupação de conservar a flora original. O desmatamento provocado pela expansão da agricultura é um dos problemas enfrentados no Distrito Federal, sendo que, segundo a Unesco, desde sua criação, nos anos 1950, 57% da vegetação original não existe mais.[23] Para colaborar com a preservação, são realizados programas de concientização e de reformas estruturais para diminuir a degradação da vegetação e também da fauna e rios da região.

HIDROGRAFIA:Os rios do Distrito Federal estão bem supridos pelos lençóis freáticos, razão pela qual não secam no período de estiagem.[25] A fim de aumentar a quantidade de água disponível para a região, foi realizado o represamento de um dos rios da região, o rio Paranoá, para a construção de um lago artificial, o Lago Paranoá, que tem 40 quilômetros quadrados de extensão, profundidade máxima de 48 metros e cerca de 80 quilômetros de perímetro. O lago possui uma grande marina e é frequentado por praticantes de wakeboard e windsurf e pesca profissional. DEMOGRAFIA:


No censo de 1960, havia quase 140.000 habitantes no então novo Distrito Federal; em 1970 este número tinha aumentado para mais de 537.000 habitantes. Em 2000 a população do Distrito Federal superou a marca de dois milhões de pessoas. Brasília tem uma das mais elevadas taxas de crescimento demográfico do Brasil: a sua população aumenta a 2,82% ao ano. O Índice de Desenvolvimento Humano, na cidade está a 0.874 e a taxa de analfabetismo é de cerca de 4,35%. Estes dados demonstram um grande desenvolvimento social.

A população de Brasília é formada por migrantes de todas as regiões brasileiras, sobretudo do Sudeste e do Nordeste, além de estrangeiros, que vão trabalhar nas embaixadas espalhadas pela capital federal. Dados de 2003 apontavam que mais da metade da população de Brasília não nasceu em Brasília, sendo 1 milhão de brasilienses contra 1,2 milhão vindos de outros locais.[26]

Originalmente, Brasília seria o que hoje se denomina Região Administrativa de Brasília (cuja sigla é RA I), composta em sua parte urbana pelo chamado Plano Piloto. Com cerca de 200.000 habitantes e uma área de 472,12 quilômetros quadrados, é a 3ª maior RA do Distrito Federal em termos de população, atrás de Ceilândia (com 332.455 habitantes) e Taguatinga (com 223.452 habitantes).[27]

A tabela a seguir mostra a evolução da população do Distrito Federal, ou seja, do conjunto de todas as regiões administrativas.[28]

Ano População Ano População
1960 140.165 1996 1.821.946
1970 537.492 2000 2.051.146
1980 1.176.935 2007 2.455.903
1991 1.601.094 2009 2.606.885

[editar] Região metropolitana

Conhecida como RIDE, a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno compreende o Distrito Federal mais os municípios goianos de Novo Gama, Valparaíso, Cidade Ocidental, Luziânia, Cristalina, Santo Antônio do Descoberto, Águas Lindas, Alexânia, Abadiânia, Pirenópolis, Corumbá, Cocalzinho, Padre Bernardo, Água Fria, Planaltina de Goiás, Vila Boa, Formosa e Cabeceiras, e os municípios mineiros de Unaí e Buritis. Conta com 3.506.967 habitantes (IBGE/2007).[29]

Segundo a geógrafa Nelba Azevedo Penna do Departamento de Geografia da Universidade de Brasília, "em consequência dos processos de ordenamento de seu território, ocorreu uma intensa expansão da urbanização para a periferia limítrofe ao Distrito Federal, que deu origem a formação da região metropolitana de Brasília (atualmente institucionalizada como Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno - RIDE)".

[editar] Criminalidade

Os índices de criminalidade são altos na capital do Brasil[carece de fontes?] e, principalmente, Entorno de Brasília,[30] já no estado de Goiás, região pouco apoiada tanto pelo governo do estado de Goiás como pelo governo do Distrito Federal.[31] Segundo sociólogos, a criminalidade em Brasília, principalmente nas cidades-satélites, é uma herança do crescimento desordenado, ainda que assentado em núcleos urbanos planejados. Os níveis de criminalidade em Brasília estão entre os maiores do Brasil, chegando ao ponto de haver uma média de até dois assassinatos diários.[32] Existem diversas propostas para tentar diminuir a criminalidade na capital, entre eles um maior policiamento, o que tem levado a uma retração da violência.

Monumentos e lugares históricos

O Eixo Monumental é uma área aberta no centro de Brasília onde se situa a Esplanada dos Ministérios. O gramado retangular da área é cercado por duas amplas pistas, que formam a principal avenida da cidade, onde muitos edifícios públicos, monumentos e memoriais estão localizados. Este é o corpo principal do "avião" que forma da cidade, como previsto por Lúcio Costa. O Eixo Monumental assemelha-se ao National Mall, em Washington, DC.

O Congresso Nacional do Brasil é bicameral, constituído pelo Senado do Brasil (câmara alta) e pela Câmara dos Deputados do Brasil (Câmara Baixa). Desde a década de 1960, o Congresso Nacional tem a sua sede em Brasília. Tal como acontece com a maioria dos edifícios oficiais na cidade, foi projetado por Oscar Niemeyer seguindo o estilo da arquitetura moderna brasileira. Vistas desde o Eixo Monumental, a calota à esquerda é a sede do Senado e a da direita é a sede da Câmara dos Deputados. Entre eles há duas torres de escritórios. O Congresso também ocupa em torno outros edifícios, alguns deles interligados por um túnel. O edifício principal está localizado no meio do Eixo Monumental, a principal avenida da capital. Na frente dele há um grande gramado e reflectindo um lago. O edifício está voltado para a Praça dos Três Poderes, onde o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal estão localizados.

O Palácio da Alvorada é a residência oficial do Presidente do Brasil. O palácio foi concebido por Oscar Niemeyer e foi inaugurado em 1958. Uma das primeiras estruturas construídas na nova capital da república, o "Alvorada" recai sobre uma península nas margens do Lago Paranoá. O espectador tem uma sensação de olhar para uma caixa de vidro, aterrada suavemente sobre o solo, com o apoio externo de finas colunas. O edifício tem uma área de 7000 e três pisos: o térreo e o primeiro e segundo andar. O auditório, cozinha, lavanderia, centro médico, e a administração estão localizados no térreo. As salas utilizadas pela Presidência para recepções oficiais estão no primeiro andar. Há quatro suítes, dois apartamentos privados e de outras salas no segundo andar que é a parte residencial do palácio. O prédio tem também uma biblioteca, uma piscina olímpica aquecida, sala de música, duas salas de jantar e várias salas de reunião. Não é apenas por ser o primeiro prédio do Plano Piloto a se postar ante ao nascer do Sol que o palácio recebeu esse nome. Quando perguntado porquê batizara o palácio de "alvorada", o presidente Juscelino Kubitschek retrucou: "Que é Brasília, senão a alvorada de um novo dia para o Brasil?"

Palácio do Planalto é o nome não oficial do Palácio dos Despachos. É o local onde está localizado o Gabinete do Presidente do Brasil. O prédio também abriga a Casa Civil, a Secretaria-Geral e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. É a sede do Poder Executivo do Governo Federal brasileiro. O edifício está localizado na Praça dos Três Poderes em Brasília, tendo sido projetado por Oscar Niemeyer. O Palácio do Planalto faz parte do projeto do Plano Piloto da cidade e foi um dos primeiros edifícios construídos na capital. A construção do Palácio do Planalto, começou em 10 de julho de 1958 e obedeceu a projeto arquitetônico elaborado por Oscar Niemeyer em 1956. A obra foi concluída a tempo de tornar o Palácio o centro das festividades da inauguração da nova Capital, em 21 de abril de 1960. Até então a Presidência da República funcionava em uma construção provisória de madeira conhecida popularmente como Palácio do Catetinho, inaugurada em 31 de outubro de 1956 e hoje localizada na região administrativa do Park Way.

O Palácio Itamaraty, também conhecido como Palácio dos Arcos, foi projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer no estilo modernista. O Palácio foi inaugurado em 21 de abril de 1970. É onde está localizado o Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE), um órgão do Poder Executivo, responsável pelo assessoramento do Presidente da República na formulação, desempenho e acompanhamento das relações do Brasil com outros países e organismos internacionais. Atualmente três edifícios compõem a sede do Ministério: o Palácio, o Anexo I e o Anexo II, conhecido popularmente como "Bolo de Noiva".

A Ponte Juscelino Kubitschek, também conhecida como Ponte JK, está situada em Brasília, ligando o Lago Sul, Paranoá e São Sebastião à parte central do Plano Piloto, através do Eixo Monumental, atravessando o Lago Paranoá. Inaugurada em 15 de dezembro de 2002, a estrutura da ponte tem um comprimento de travessia total de 1.200 metros, largura de 24 metros com duas pistas, cada uma com três faixas de rolamento, duas passarelas nas laterais para uso de ciclistas e pedestres com 1,5 metros de largura e comprimento total dos vãos de 720 metros. Seu nome é uma homenagem à Juscelino Kubitschek de Oliveira, ex-presidente do Brasil. Ela foi projetada pelo arquiteto Alexandre Chan e estruturada pelo engenheiro Mário Vila Verde. Chan ganhou a Medalha Gustav Lindenthal por este projeto. A ponte é constituída por três arcos de aço assimétricos de 60 metros de altura que se cruzam em diagonal. Com um comprimento de 1.200 metros, foi concluída em 2002 a um custo de US$ 56,8 milhões.

A Praça dos Três Poderes. Em primeiro plano a escultura "Os Candangos" com o Palácio do Planalto ao fundo.

A Praça dos Três Poderes é um amplo espaço aberto entre os três edifícios monumentais que representam os três poderes da República: o Palácio do Planalto (Executivo), o Supremo Tribunal Federal (Judiciário) e o Congresso Nacional (Legislativo). Como em quase todos os logradouros de Brasília, a parte urbanística foi idealizada por Lúcio Costa e as construções foram projetadas por Oscar Niemeyer. Localizada no extremo leste do Plano Piloto, a praça é um espaço aberto que mede aproximadamente 120 x 220 metros, de sorte que os prédios representativos dos poderes não se sobressaíssem um diante dos outros, em atenção ao princípio de que os poderes são harmônicos e independentes e, portanto, têm o mesmo peso. Além dos palácios, a Praça dos Três Poderes, inclui as esculturas Os Guerreiros, de Bruno Giorgi, considerado um símbolo de Brasília, e A Justiça, escultura de Alfredo Ceschiatti, em frente ao Supremo Tribunal Federal. Pode-se ver ainda a Pira da Pátria e o Marco Brasília, em homenagem ao ato da Unesco que considerou a cidade Patrimônio Cultural da Humanidade.

A Catedral de Brasília na capital da República Federativa do Brasil, é uma obra do arquiteto Oscar Niemeyer. Em 12 de Setembro de 1958 foi lançada a pedra fundamental da Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, mais conhecida como Catedral de Brasília, expressão artística do arquiteto Oscar Niemeyer. Teve sua estrutura pronta em 1960, onde aparecia somente a área circular de 70m de diâmetro da qual se elevam 16 colunas de concreto (pilares de secção parabólica), que pesam 90 toneladas. Em 31 de maio de 1970 foi inaugurada de fato, já nesta data com os vidros externos transparentes. Na praça de acesso ao templo, encontram-se quatro esculturas em bronze com três metros de altura, representando os evangelistas; as esculturas foram realizadas com o auxílio do escultor Dante Croce, em 1968. No interior da nave, estão as esculturas de três anjos, suspensos por cabos de aço.

Música

No final dos anos 1970 predominavam os ritmos regionais como o forró e a música sertaneja; nessa época despontava no grupo Secos e Molhados o cantor Ney Matogrosso, que fora profissional da área de saúde na capital federal. No começo dos anos 1980 surgiram várias bandas de rock vindas de Brasília que despontaram no cenário nacional, como Legião Urbana, Capital Inicial e Plebe Rude, todas com influência punk. Na mesma época, um carioca criado em Minas Gerais, Oswaldo Montenegro, se tornava conhecido na cidade, montando espetáculos de cujo elenco fazia parte Cássia Eller.

Interior de edifício do Complexo Cultural da República.

Nesta mesma época surgiu, paralelamente ao cenário rock, o reggae de Renato Matos, e outros movimentos culturais que criaram o Projeto Cabeças, de onde surgiram vários artistas de Brasília. Na década seguinte, despontaram o hardcore dos Raimundos e o reggae do Natiruts.

Alguns músicos e cantores que moraram em Brasília durante esse período foram Legião Urbana, Ney Matogrosso, Zélia Duncan e membros dos Paralamas do Sucesso.

Atualmente, Brasília conta com o Festival Porão do Rock,[53] que tenta revelar novas bandas no cenário nacional. Este evento, lançado em 1998 na Concha Acústica a partir de um grupo de músicos que se reunia no subsolo de uma das quadras na Asa Norte, ganhou em 2000 sua primeira versão no estacionamento do Estádio Mané Garrincha onde é realizado desde então. Também é realizado na cidade anualmente o Brasília Music Festival.[54]

Mais recentemente, o choro vem ganhando adeptos em Brasília, resultando na criação de clubes de choro, como o Clube de Choro de Brasília [55]

Brasília também tem se firmado no hip hop. A região administrativa Ceilândia é conhecida pela sua participação na produção da música hip hop com grupos como: Câmbio Negro, Viela 17, Guind'art 121, entre outros. Nessa área se destacam os rappers como GOG. Nessa região está localizada a Casa do Cantador, projetada por Oscar Niemeyer.

[editar] Cinema

Patrícia Pillar, atriz brasiliense da Rede Globo.

Na produção local de cinema, destaca-se o diretor Afonso Brazza,[56] que se tornou cult graças a seus filmes policiais de baixo orçamento. Outro cineasta radicado na capital do país e muito conhecido não só na cidade mas em todo país é o documentarista Vladimir Carvalho, professor de cinema da Universidade de Brasília, que produziu 21 filmes documentários, parte deles sobre a própria história e realidades sócio-cultural e política do Distrito Federal e Goiás.

Além disso, acontece anualmente o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Realizado desde 1965, quando se chamava Semana do Cinema Brasileiro, firmou-se como um dos mais prestigiados do Brasil, sendo comparável ao Festival do Cinema Brasileiro de Gramado, porém sempre preservando a tradição de somente inscrever e premiar filmes brasileiros, princípio que nos momentos mais críticos da história cinematográfica brasileira foi abandonado por Gramado

Alguns filmes brasileiros ambientados em Brasília são: O sonho não acabou, Momento Trágico, Palco dos Sonhos, As Vidas de Maria, Doces Poderes, Redentor, O Casamento de Louise, Celeste e Estrela, Brasília 18%, Vestibular 70, A Concepção, Brasília segundo Feldman, Brasília: contradições de uma cidade nova, Barra 68 e Conterrâneos Velhos de Guerra.

Esportes

O Distrito Federal é sede de dois clubes de futebol reconhecidos nacionalmente:[58][59] o Brasiliense Futebol Clube (de Taguatinga), e a Sociedade Esportiva do Gama (ou simplesmente Gama), que chegaram a participar da primeira divisão do Campeonato Brasileiro de Futebol, sem contar que o Brasiliense chegou a ser vice-campeão da Copa do Brasil na edição de 2002.

Os principais estádios de futebol são o Estádio Mané Garrincha, o Serejão e o recem reformado Bezerrão. Brasília é uma das 12 cidades sede dos jogos da Copa do Mundo FIFA de 2014, da qual o Brasil será o anfitrião. O estádio a ser utilizado é o Mané Garrincha, que passará por uma grande reforma.[60] Ao lado do estádio se encontra o Ginásio Nilson Nelson, que já recebeu partidas da Seleção Brasileira de Vôlei e do Campeonato Mundial de Futsal de 2008. Brasília foi candidata à sede dos Jogos Olímpicos de Verão de 2000, mas teve sua candidatura retirada.[12]

Por ser uma cidade localizada em altitude superior a 1000 metros do nível do mar, Brasília tem revelado atletas de alto nível, corredores de fundo e meio fundo como: Joaquim Cruz e Hudson de Souza (800 e 1500 mts rasos); Carmem de Oliveira e Lucélia Peres (5000, 10.000 e maratona); Valdenor Pereira dos Santos (5000 e 10.000 mts); Marilson Gomes dos Santos (5000, 10.000, meia-maratona e maratona).

Panorama do Eixo Monumental no Plano Piloto.

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